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O Amor e o Pasto

  • Luis Carlos Rodrigues Serra
  • 26 de mar. de 2018
  • 2 min de leitura

Quem me conhece um pouco melhor, sabe da mudança de vida que fiz há pouco mais de um ano. Eu saí do centro de São Paulo, morava a alguns metros do metro, do shopping e tinha todas as facilidades da vida por perto. Mesmo assim, eu me sentia acorrentado. Preso ao meu computador, a minha mesa de atendimento. Por fim, mudamos para um sitio, onde nem tudo era fácil tão fácil, nem tudo estava a alguns metros e muito menos poderia ser resolvido em um piscar de olhos. Esta mudança, que parecia inicialmente tão grande, acabou sendo apenas um degrau para a outra grande mudança que estaria por vir. Fui para um sonho maior, pude vislumbrar uma qualidade de vida de poder comer o que vinha da minha terra, ser autônomo em coisas simples tais como: a água e eletricidade e isso me conduziu a um novo desafio de construir um espaço todo voltado a integração com a natureza. No entanto, o que eu não esperava neste momento, era que eu aprenderia, por exemplo, com o distanciamento de pessoas amadas (amigos queridos, família) o valor de coisas simples. O valor de conseguir parar no meio de um mundo de atividades, que poderiam gerar um impacto gigantesco no dia, para ligar e apenas escutar como esta pessoa está. A vida no campo, o maior contato com a terra, me fez perceber o quanto relacionamentos são muito parecidos. Há algum tempo, iniciei um pasto. Eu pretendia colocar lá minhas ovelhas. A minha primeira tolice, foi acreditar que estava pronto, uma vez conquistada a área, tudo estaria certo. Não deu. Resolvi então, limpar este pasto, tirar tudo velho, exatamente como muitas vezes fazemos com situações em nossas vidas, cortei o que precisava e deixei amontoado. Para minha surpresa, isso também não resolveu. Foi aí que decidi varrer, tirar todo o excesso, deixar mais limpo ainda e acreditei que tudo seria diferente, pois agora eu me considerava pronto. Mas o que é estar pronto? Minha ansiedade em terminar todo esse trabalho, causou um acidente, uma faísca fez pegar fogo em toda a área que eu levei mais de um mês para preparar e acabou com todo meu trabalho. Neste momento, o meu desejo foi de sentar e chorar, de tão tristes que fiquei. Mas o que fazer em um momento destes? Levantar, correr e lutar para apagar o incêndio. Dois dias depois, veio a maior lição. Após a dor do trabalho perdido e de “algumas gotas de água (modestia a parte, choveu muito), o pasto iniciou a brotar e magicamente veio um capim novo, mais macio, bonito e forte. Isso me fez refletir que como na natureza, assim são os relacionamentos humanos. É preciso nutrir, cuidar, dar espaço. Se não o fizermos, isso sufoca, acaba morrendo e coisas boas deixam de existir no mesmo espaço. E muitas vezes não adianta varrer o que está errado, é preciso cortar, queimar, matar para que algo muito melhor possa chegar.




 
 
 

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Luis Carlos Rodrigues Serra, Mentoring e Coaching 

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